Mensagens

O resgate necessário da educação - CNN

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Batemos no fundo em todos os testes internacionais de avaliação das aprendizagens. E é simples perceber porquê. Não precisamos recuar assim tantos anos para recordar o que nos levou aos bons resultados. Enquanto tivemos uma escola alicerçada em pilares sólidos como um currículo estruturado, uma avaliação rigorosa e um apoio cirúrgico aos alunos com dificuldades, os resultados acompanharam. Nesse período, sob a salvaguarda das políticas públicas onde estas premissas eram relevantes, a educação portuguesa floresceu, alcançando patamares de excelência reconhecidos internacionalmente. No entanto, no Governo da Geringonça, tal e qual um navio que se distancia do seu rumo inicial, a educação portuguesa foi assaltada por uma ideologia de experimentalismo e enveredou por caminhos onde a avaliação foi desvalorizada, e o currículo foi esfrangalhado com a flexibilização que, em vez de libertar, aprisionou o potencial dos alunos. A supressão da monitorização com peso no final dos ciclos e a adoção...

Fernando Alexandre: O Ministro - Observador

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Os professores são, naturalmente, exigentes com os ministros que os tutelam, mas isso não é a causa principal para que nos últimos 30 anos não tenha havido um sequer que tenha reunido algum consenso. Portugal tem sido, nas últimas décadas, palco de demasiadas experiências ideológicas com resultados altamente questionáveis e esse facto, só por si, faz com que a passagem de Fernando Alexandre pelo Ministério da Educação represente uma lufada de ar fresco, um rasgo de sensatez, de profissionalismo numa área que tem sido tão maltratada e ao mesmo tempo é crucial para o presente e o futuro de Portugal. O que me levou a escrever este texto foi o facto de ter sentido, finalmente, ao fim de quase duas décadas de ensino, onde fui testemunha das mais variadas políticas educativas das várias agendas políticas, que com Fernando Alexandre há um objetivo concreto de elevar a educação, e dele deu conta aos professores. Mesmo que nem sempre o caminho possa ter sido o mais bem escolhido, mesmo que por ...

Quem é o "pai" do Francisco Silva?

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Um pseudónimo, um texto e o caldo entornou! “Continuava a escrever nos jornais estando no Governo? Sim, sob pseudónimo. Manuel de Reimonde.” A passagem é de uma entrevista do Professor Santana Castilho, em setembro de 2022, ao Jornal Sol, e é demonstrativa de como desde sempre em Portugal os autores usaram pseudónimos para poderem escrever determinadas coisas que pensavam, mas que por uma ou outra razão não o poderiam, naquele momento, assumir em nome pessoal, por variadíssimas razões que não interessa, ou até pode interessar a alguns que ficarão na dúvida eterna! A personagem Francisco Silva, como outros pseudónimos que tive no contexto do Blogue VozProf, foi criada para dar guarida às denúncias que chegavam ao blogue sobre a situação calamitosa do S.TO. P. – As denúncias chegavam de forma mais ou menos anónima e apareciam como sendo escritas pelo tal Francisco Silva, para proteção dos denunciantes. Imagem de IA, nome demasiado comum para se distinguir de entre os 130 mil...

Alunos Sem Limites

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  A indisciplina em ambiente escolar já não é só um problema das escolas. É também um problema social. Estamos em crise e, por esse motivo, necessitamos agir. É crucial que haja uma intervenção imediata e assertiva. Portugal não pode continuar a fechar os olhos para uma crescente indisciplina que tem corroído o sistema educativo público e com isso comprometendo o futuro das próximas gerações. Posso descrever uma aula típica numa qualquer escola secundária portuguesa. Um professor que tenta explicar um conceito de matemática com alguma complexidade, mas não consegue fazê-lo porque é constantemente interrompido por conversas paralelas, telemóveis a tocar e alunos que entram atrasados. Tudo isto, mesmo depois de chamados à atenção pelo professor. Um enorme sinal de desrespeito para com o professor. Aquele que deveria ser a autoridade, quando solicita silêncio ainda recebe provocações. Estas situações são recorrentes nas escolas por esse país fora, estes casos de agressão verbal, tanto...

Uma Escola à Deriva

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  Portugal encontra-se num momento crítico em que a educação, alicerce de qualquer nação próspera, se vê ameaçada por um declínio silencioso e persistente. É paradoxal e profundamente preocupante que, enquanto celebramos o aumento das taxas de acesso ao ensino superior, a realidade nas escolas revele um cenário de crescente fragilidade e desmotivação. Os números são incontestáveis: os resultados dos testes PISA e TIMSS, que comparam os estudantes portugueses com os seus congéneres internacionais, demonstram uma queda acentuada, um sinal claro de que algo está profundamente errado. O relatório "Estado da Nação" e os alertas do Conselho Nacional de Educação (CNE) vêm apenas corroborar esta realidade sombria, evidenciando as dificuldades dos alunos em dominar competências básicas como Português e Matemática, colocando em causa não só o seu sucesso académico futuro, mas também a sua capacidade de integração numa sociedade cada vez mais complexa e exigente. É imperativo questi...

A Crescente Infantilização da Juventude

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    Atualmente, temos facilidade em observar na sociedade um fenómeno social cada vez mais evidente. O prolongamento da adolescência e o consequente adiamento da maturidade psicológica entre os jovens. Já todos ouvimos histórias de pais que entram pela faculdade a dentro para discutir uma nota do filho, ou aqueles pais que marcam entrevistas de emprego pelos filhos. A este processo, o psicólogo Dan Kiley denominou "Síndrome de Peter Pan". E é, aos dias que correm, manifestado cada vez com maior intensidade, potencializado pelas práticas pouco saudáveis dos pais e encarregados de educação.   Pais esses que, devido aos seus comportamentos, criaram o conceito da "criança-rei”. Alguém que é criado sob o paradigma da superintendência parental. Os pais, muitas vezes compensando as suas próprias privações passadas ou cedendo às pressões sociais contemporâneas, acabam por criar ambientes artificialmente, e demasiado, protegidos, onde os seus filhos jamais têm oportunidad...

Fui eleito pelo povo... e então?

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 Nas últimas semanas tenho reparado na arrogância com que certos políticos, eleitos pelo povo, se tentam colocar acima da lei. Este é sem dúvida um dos sintomas mais preocupantes da degradação da nossa democracia. O caso Tutti Frutti, é paradigmático, pois expõe, com uma clareza dolorosa, que insistem em não querer ver, como o “voto popular” se tem transformado, na boca desses senhores, numa espécie de salvo-conduto para práticas que em qualquer outra democracia saudável seriam causa imediata de demissão. É revoltante? É. Mas sobretudo é revelador da podridão do sistema. Assistir à situação de que, de todos os autarcas apanhados nas malhas do caso Tutti Frutti, apenas um abandonou o cargo – e mesmo assim, dizem, que o fez por questões de saúde, é lamentável. Os outros, sem um pingo de dignidade, achando que pertencem ao clube dos intocáveis, agarram-se aos cargos balanceando o escudo da legitimidade democrática. Mas qual legitimidade?  Será que acham que os eleitores votaram p...