Bom Ano de 2025!
Ao fazer o balanço deste ano de 2024 que agora termina, não posso deixar de sentir uma profunda gratidão pelo caminho percorrido. Foi um ano surpreendente em tantos aspectos! Encontro-me hoje num lugar que, em janeiro passado, nem sequer estava nos meus objetivos. As mudanças pessoais que experimentei transformaram-me de formas que ainda estou a descobrir, e cada passo dado, mesmo os mais desafiantes, contribuiu para o meu crescimento.
A vida tem dessas surpresas: coloca-nos exactamente onde precisamos estar, mesmo quando o destino nos parece inicialmente improvável. Olhando para trás, vejo como cada decisão, cada momento de dúvida e cada conquista me trouxeram até aqui, num lugar que agora reconheço como sendo exactamente onde deveria estar.
No que diz respeito à minha área profissional, a educação, confesso que os sentimentos são mistos. A grande expectativa com que iniciei o ano vai dando lugar a um certo ceticismo, fruto da morosidade das mudanças que todos sabemos serem urgentes e necessárias. No entanto, mantenho viva a esperança de ver concretizadas as transformações fundamentais que o sistema educativo português tanto precisa.
Continuo a acreditar que é possível alcançarmos uma verdadeira valorização da carreira docente, com aumentos salariais justos em todos os escalões e a eliminação dos constrangimentos na progressão. Sonho com uma Avaliação de Desempenho Docente que seja verdadeiramente formativa e séria, e com um modelo de gestão mais democrático, onde toda a comunidade educativa possa participar na escolha do diretor através de um processo eleitoral transparente, baseado em projetos e equipas concretas.
Urge também uma revisão profunda do Decreto-lei 54/2018, para que a inclusão deixe de ser uma mera palavra bonita e se torne uma realidade efectiva. Precisamos de recursos adequados e de um enquadramento legal que não sirva apenas para mascarar as falhas do sistema. A escolaridade obrigatória não pode continuar a ser tratada como uma autoestrada sem portagens, onde todos passam sem necessariamente aprenderem. É fundamental revermos os currículos e abandonarmos a ideia redutora de que a escola deve apenas certificar em vez de verdadeiramente qualificar os nossos alunos.
Apesar dos desafios, mantenho-me optimista. O futuro da educação depende da nossa capacidade de continuar a lutar por estas mudanças, mesmo quando o caminho parece mais difícil.
A todos vós, desejo um 2025 repleto de conquistas, realizações e, acima de tudo, a concretização das mudanças com que tanto sonhamos para a educação portuguesa.
Um excelente ano novo!
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