40% dos adultos em Portugal só compreende textos simples e matemática básica - Preocupante
40% dos adultos em Portugal só compreende textos simples e matemática básica
A notícia revela um cenário preocupante sobre as habilidades de literacia, numeracia e resolução de problemas dos adultos portugueses. Os resultados do "Inquérito às Competências dos Adultos de 2023" da OCDE colocam Portugal entre os últimos da lista dos 31 países participantes, o que exige uma profunda reflexão sobre as causas desta situação. É crucial questionar como a política de facilitismo e a cultura de "todos passam em modo via verde" no ensino podem ter contribuído para este cenário.
A desvalorização do esforço e da meritocracia, em que a progressão escolar é quase automática e o esforço individual é desvalorizado, pode levar a uma desmotivação dos alunos e à falta de compromisso com a aprendizagem. Se não há incentivos para se esforçarem e alcançarem melhores resultados, a qualidade da educação como um todo fica comprometida. Esta cultura de facilitismo pode gerar baixas expectativas em relação aos alunos, que tendem a corresponder a essas expectativas. A falta de rigor e exigência no ensino pode criar uma falsa sensação de competência, que se desfaz quando confrontada com os desafios da vida real e do mercado de trabalho.
A desvalorização da educação também pode resultar na falta de investimento em recursos humanos e materiais, formação de professores e infraestruturas escolares. Sem uma base sólida, o sistema educacional não consegue preparar os alunos adequadamente para o futuro. As consequências de uma população com baixas habilidades de literacia, numeracia e resolução de problemas são sérias e abrangentes. Isto pode levar a dificuldades de inserção no mercado de trabalho, menor produtividade, dificuldades em lidar com as demandas da vida moderna e até mesmo a um maior risco de exclusão social.
É fundamental romper com o ciclo do facilitismo e investir numa educação de qualidade que valorize o esforço, a meritocracia e o desenvolvimento de competências essenciais. Isto exige um compromisso de todos os setores da sociedade: Governo, escolas, professores, pais e alunos. A educação é a base para o desenvolvimento de uma sociedade justa, próspera e sustentável. É hora de romper com a cultura do facilitismo e investir numa educação de qualidade para todos.
Alberto Veronesi
Felicito pelo tema e pela reflexão, ou melhor dizendo pela constatação da realidade. Trabalhando num contexto pré escolar e primeiro ciclo, questiono-me diariamente como vão as crianças de hoje ter um papel ativo e de construção no nosso país. Preocupa-me bastante!
ResponderEliminar